Venho comunicar que o Sonho morreu.
As causas do óbito não estão claras:
Uns dizem que o Tempo o matou,
pois tinham rusgas antigas;
outros alegam inanição,
já que sua alimentação era irregular nos últimos anos.
Era filho da Mente, pai um pouco severo,
sempre criticando a amizade do Sonho com a Ilusão,
e do Coração, mãe meiga e carinhosa,
que acalentou o filho por toda sua vida.
Casou-se ainda muito novo com Esperança.
Esposa dedicada, apoiou o marido nas muitas situações difíceis
pelas quais passou o casal.
Quem os conheceu diz que seria impossível
imaginar um sem o outro.
Tiveram um único filho,
que não decidiu ainda se vai
seguir os passos do pai.
No velório os amigos consolavam a viúva,
dizendo que sonhos verdadeiros não morrem.
Outros (acho que são religiosos de algum tipo)
diziam que agora o Sonho, liberto,
ia alcançar a sua essência
e se tornar Realidade.